sábado, 17 de maio de 2008

Tal como tudo tem um início, tudo tem irremediavelmente um fim.
As palavras acabam por se desgastar, perdem-se num suspiro, diluem-se em cloreto de sódio com água (porque é tao rebaixante dizer lágrimas), acabam por se resumir a memórias e morrem no palato.
A felicidade é efémera, é sempre efémera. Rapidamente se acaba o que é dulce e ninguém quer ter consciência disso, ninguém quer ser realista, ninguém se quer libertar de utopias elaboradas à toa.
Todos se regem por princípios previamente formulados e nao há nada a fazer quanto a isso. Estamos presos a principios previamente formulados, ilusões sentimentalistas e falsos sorrisos. No entanto, ninguém quer saber. Deixamos que nos comam e nos cuspam no mesmo instante levando a polpa do melhor que julgamos ter.
Fim, e custa tanto dizer fim. Neste momento a palavra sai meia balbuciada, mas toda a gente sabe que com o tic tac de um relógio que aparentemente nao existe, a palavra começa a ser realmente pronunciada. Porque as palavras balbuciadas enchem-te durante algum tempo mas depois apercebes-te que só te enchem realmente de vazio.
Fim, e custa tanto dizer fim. Três letras que parecem comer-te a alma (ou o que quer que seja), te apertam, machucam, consomem. Porque há quem consiga pegar numa borracha e limpar todos os recantos e há quem so o consiga fazer mais tarde. Mais tarde, quando já se consegue ouvir aquela musica e ver o tal filme, quando os olhos ja nao se fecham com as fotografias, quando dizer o teu nome já nao magoa, quando já há força suficiente para aguentar com o vendaval sem dar indícios de fraqueza.
Porque nada é eterno, tudo se consome. Porque o que é dulce acaba sempre. Porque o fim é irremediável, e do que é irremediável, bem, do que é irremediável nao se pode ter receio.

3 comentários:

Anónimo disse...

Cilinha gosto *.*
Es grande pah!
<3

inês rafael disse...

gostei tanto.
quando leio o que escreves lembro-me sempre de crónicas :)

Sousa disse...

Uma fonte de inspriração inesgotávél...
abc, Xavier de Sousa